Descuento:
-5%Antes:
Despues:
15,85 €A pesquisa de Elisabeth Battista sobre o percurso literário de Maria Archer, "uma escritora viajante" como lhe chamou a autora, desvelou uma produtiva transversalidade geográfica, discursiva e temática desde 1935, ano da sua primeira publicação, Três Mulheres. Ficcionista com uma intensa participação nos jornais de Portugal, Brasil e das então colónias de Portugal em África, Maria Emília Eyrolles Baltazar Moreira foi uma cidadã atenta a questões socio-políticas. Nascida em Portugal (Lisboa), viveu também em Moçambique (Ilha de Moçambique, Niassa e Ibo), na Guiné-¡Bissau (Bolama e Bissau), em Angola (Luanda) e no Brasil (São Paulo), numa época em que a questão colonial era perspectivada de forma positivista, estando a sua visão sobre África e o Brasil de acordo com a visão hegemónica e hierarquizante de cultura(s). É que claramente do movimento antifascista (Maria Archer pertenceu ao MUD e teve de se exilar no Brasil por causa da perseguição da PIDE), não se pode dizer, porém, que a escritora tivesse a mesma visão do colonialismo: Maria Archer é uma escritora que integra o corpus de literatura colonial portuguesa. Viajante espacial, Maria Archer foi também viajante de ideias e discursos, tendo cultivado várias modalidades textuais e genológicas (ficção narrativa, drama, literatura infanto-¡-juvenil, crónicas, epístolas, ensaios, biografias, reportagens). Este trabalho de Elisabeth Battista, agora à disposição de todos, vem tornar mais diversa e assertiva a contribuição da mulher portuguesa na luta contra o fascismo. Inocência Mata, Professora Universitária da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa